segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Por que algumas pessoas alcançam a riqueza enquanto outras não?

Autor: Murillo M. Mourão

Escrevo sobre este tema pois durante muito tempo tentei compreender o porquê de algumas pessoas alcançam a riqueza enquanto outras não. Já deixo aqui que este texto não será curto e foi baseado em observação e muito estudo. Buscar esse entendimento me deixaria mais perto de compreender o que talvez muitas pessoas também buscam entender.

Compreender por que algumas pessoas alcançam a riqueza enquanto outras não é uma questão multifacetada, profundamente enraizada em uma combinação de fatores individuais, sociais, econômicos e até mesmo psicológicos. Como especialista e estudioso por anos, posso elencar os principais elementos que contribuem para essa disparidade. Porém meu texto pode conter variáveis e não ser totalmente aplicado em todas as condições.

Inicialmente vou falar sobre os fatores determinantes na acumulação de riqueza, o primeiro deles é o ponto de partida e o contexto socioeconômico.

Muitos indivíduos que se tornam ricos já nascem em famílias com recursos financeiros, conexões sociais e acesso a uma educação de alta qualidade. Isso proporciona uma base sólida para a acumulação futura de riqueza. Aqui temos a herança e o capital inicial para fazer o indivíduo rico.

Ter acesso a uma rede de contatos influentes também pode abrir portas para oportunidades de negócios, investimentos e carreiras que não estão disponíveis para outros. Aqui temos a rede de contatos para tornar o indivíduo rico ou manter a riqueza.

Uma educação superior e especializada, muitas vezes custosa, é um dos maiores impulsionadores da mobilidade econômica e do potencial de ganhos. Aqui temos acesso à educação de qualidade.

Se tomarmos esses fatores como determinantes da Acumulação de Riqueza, tendemos a perceber que apenas aqueles que nascem ricos podem se tornar ricos e o quadro geral onde as pessoas que não teriam os mesmos acessos seriam obrigadas a viver na pobreza para todo o sempre.

Então logo temos de pensar a respeito de habilidades e conhecimentos. 

Pessoas que desenvolvem habilidades em áreas de alta demanda e que geram grande valor para o mercado (tecnologia, finanças, medicina especializada, etc.) tendem a ter salários e oportunidades de ganho significativamente maiores. Mas mesmo assim não, este não garante que a riqueza será certa, teríamos de pensar na capacidade de se adaptar, aprender novas habilidades e se manter relevante em um mercado de trabalho em constante mudança é crucial. Mas, ainda sem garantias, logo, entender como o dinheiro funciona, como investir, poupar e gerenciar dívidas seria fundamental para não apenas ganhar dinheiro, mas para mantê-lo e fazê-lo crescer.

A percepção nos mostra que um conjunto de fatores podem determinar a profundidade do nosso pensamento quanto a questão da riqueza e do dinheiro.

Imaginemos que uma pessoa tenha todas as características citadas acima, mas algo ainda lhe falta, o comportamento e a mentalidade.

Por muitas vezes eu já me vi enjoado de ter de ouvir a respeito da mentalidade, mas sim a mentalidade pode também fazer uma conexão ao que nos leva a este estudo. Muitos indivíduos ricos construíram sua fortuna através de empreendimentos que envolveram riscos calculados. A disposição de iniciar um negócio, inovar e aceitar a possibilidade de fracasso é um traço comum.

O caminho para a riqueza raramente é linear. Falhas e contratempos são inevitáveis. A capacidade de perseverar e aprender com os erros é vital.

A disciplina de poupar e investir o dinheiro em vez de gastá-lo imediatamente em consumo é um pilar da construção de riqueza.

Ter metas claras e trabalhar consistentemente em direção a elas sem se desviar por distrações de curto prazo, é um diferencial.

Estes citados, se conectam com a mentalidade e com o comportamento que a pessoa tem com o dinheiro, como eu disse no texto seria longo e com variáveis.

Uma variável que também temos de levantar é a sorte, vamos imaginar dois personagens fictícios Ana e Pedro. 

Era uma quarta-feira de cinzas, mas para Ana e Pedro, a sorte grande chegou na forma de seis números na Mega-Sena, alterando suas vidas para sempre. Ambos eram de bairros distintos, com rotinas comuns e sonhos semelhantes aos de milhões de brasileiros. Ana, uma técnica de enfermagem de 35 anos, com um pequeno apartamento financiado e a ambição de abrir uma floricultura. Pedro, um jovem motorista de entregas de 28 anos, morava com os pais e sonhava em ter carros de luxo e viajar pelo mundo. O prêmio? Um valor estratosférico que, para cada um deles, representava a liberdade absoluta.

Quando Ana viu os números em seu bilhete, sentiu um frio na espinha, mas logo a euforia deu lugar a uma calma incomum. Sua primeira atitude, antes mesmo de contar a muitos, foi buscar aconselhamento. Contratou um consultor financeiro e um advogado, pessoas de sua rede profissional de confiança.

"Este dinheiro não é para ser gasto, é para trabalhar para mim", disse ela ao seu consultor.

Ana aprendeu sobre a diferença entre renda e riqueza. Entendeu que o prêmio era um capital inicial robusto, não uma fonte inesgotável. Ela diversificou o investimento: uma parte em renda fixa de baixo risco, outra em fundos de investimento mais moderados e uma parcela menor, mas significativa, destinada a um fundo de empreendedorismo. Comprou um imóvel que seria sua casa definitiva, sem luxos exagerados, e outro menor para alugar, gerando renda passiva.

Manteve seu emprego por mais alguns meses, transicionando lentamente para dedicar-se ao seu sonho da floricultura, que montou com um plano de negócios sólido e uma gestão financeira rigorosa. Continuou morando de forma discreta, investindo em si mesma e em seu negócio. Seu capital social se expandiu com novas conexões no mundo dos negócios e investimentos. Ela evitou o deslumbramento e as pressões sociais, mantendo um círculo íntimo de amigos e familiares que a apoiavam em suas decisões prudentes.

Pedro, ao contrário, viu a bolada da Mega-Sena como o fim de todas as suas preocupações e o início de uma vida de prazeres ilimitados. A notícia se espalhou como fogo, e logo ele estava cercado por uma nova legião de "amigos" e familiares distantes com "oportunidades de investimento imperdíveis".

Sua primeira decisão foi largar o emprego e comprar o carro dos sonhos, um esportivo importado, seguido por outros dois para sua garagem recém-construída. Adquiriu uma mansão gigantesca que exigia uma manutenção caríssima. Viajou pelo mundo em jatos particulares e estadias em hotéis cinco estrelas, gastando fortunas em festas e com presentes extravagantes.

Pedro não buscou aconselhamento profissional. As poucas vezes em que amigos ou familiares mais sensatos tentaram alertá-lo, ele os afastou, acreditando que eles apenas tinham inveja de sua nova vida. "Para que se preocupar? O dinheiro é infinito!", repetia ele, ignorando os conselhos sobre planejamento financeiro e investimento. Ele confundiu renda com riqueza, tratando o prêmio como se fosse um salário mensal ilimitado, em vez de um ativo a ser preservado e multiplicado.

Os "investimentos" que fez eram apostas arriscadas em esquemas de pirâmide oferecidos por seus novos amigos, que prometiam retornos impossíveis. Endividou-se para manter o padrão de vida insustentável, hipotecando propriedades e contraindo empréstimos baseados em expectativas irreais. Sua rede de contatos se tornou um poço de sanguessugas e aproveitadores.

Cinco anos depois, a diferença era gritante.

Ana vivia confortavelmente. Sua floricultura prosperava, e seus investimentos haviam crescido. Ela havia expandido seus negócios, comprando mais imóveis para aluguel e se tornando uma investidora anjo em pequenas startups. Continuava dedicada à sua família e à comunidade, e seu capital social era agora um ativo valioso de pessoas íntegras e influentes. Ela não era ostensiva, mas sua segurança financeira e liberdade de escolha eram inegáveis.

Pedro, por sua vez, havia perdido tudo. Os carros de luxo foram vendidos para pagar dívidas. A mansão foi retomada pelo banco. As "oportunidades de investimento" revelaram-se golpes, e seus "amigos" desapareceram. Ele se viu sem dinheiro, sem emprego, com o nome sujo e sem a rede de apoio que um dia teve. Seu estilo de vida desenfreado o deixou isolado e com uma montanha de arrependimentos. Voltou a morar com os pais, endividado e amargurado.

As histórias de Ana e Pedro são um poderoso lembrete de que a riqueza não se sustenta apenas com sorte, mas com disciplina, inteligência financeira, uma mentalidade de longo prazo e uma rede de contatos saudável. O dinheiro, por si só, é uma ferramenta. É a forma como essa ferramenta é utilizada, seja para construir e multiplicar ou para consumir e dissipar, que define o destino de uma fortuna e, em última instância, a trajetória socioeconômica de uma pessoa. 

A variável sorte, para duas pessoas diferentes logo com pensamentos diferentes gerando resultados diferentes. Perceba, que a mentalidade e tanto o conhecimento em educação financeira possibilitou um resultado completamente diferente. Outros fatores também podem ter relação com alcançar a riqueza.

Estar no lugar certo, na hora certa, quando uma nova tecnologia, indústria ou tendência de mercado surge, pode ser um catalisador para a riqueza.

Embora a sorte não seja o único fator, eventos fortuitos (uma herança inesperada, um boom de mercado) podem impulsionar o sucesso financeiro.

Viver em um país com uma economia em crescimento, com acesso a mercados e oportunidades, é um facilitador importante.

Dentro das características daqueles que possuem riqueza podemos citar a importância dos hábitos financeiros alguns desses hábitos são a capacidade da pessoa poupar e investir consistentemente, com esse olhar podemos dizer que não é apenas o quanto se ganha, mas o quanto se poupa e investe. A magia dos juros compostos funciona ao longo do tempo para multiplicar o capital. Um outro hábito financeiro seria o controle de dívidas, se deve evitar dívidas de alto custo (como cartões de crédito) e usar a dívida de forma estratégica (para investimentos ou bens que geram valor) é essencial.

Agora imagine que você poupe e invista e coloque todo o seu dinheiro em um único ativo, e esse ativo se desvaloriza, logo seu patrimônio reduz, por esse motivo não colocar todos os ovos na mesma cesta, seja em investimentos ou fontes de renda.

Em suma, a riqueza não é apenas o resultado de "trabalho duro", embora este seja um componente importante. É uma complexa interação entre o privilégio de nascença, o acesso a recursos e oportunidades, a mentalidade e as escolhas individuais, a capacidade de se adaptar e, inegavelmente, um certo grau de sorte e as condições macroeconômicas. Pessoas que se tornam ricas frequentemente se beneficiam de uma combinação favorável desses fatores, enquanto aqueles que não alcançam a riqueza muitas vezes enfrentam múltiplos obstáculos em uma ou mais dessas áreas.

É crucial entender que esta análise não é uma crítica, mas uma constatação dos múltiplos vetores que atuam na construção da riqueza.

domingo, 7 de dezembro de 2025

NÃO GASTE MAIS DO QUE VOCÊ GANHA.

 Nosso comportamento determina nossos resultados?

Autor: Murillo M. Mourão.

Após estudar educação financeira e começar a dar aulas de educação financeira, comecei a observar um padrão no que tange a relação que temos com o dinheiro e esse padrão indica que nosso comportamento tem mais haver com como gastamos do que imaginamos.

Uma das primeiras regras para uma pessoa que quer mudar de vida é NÃO GASTAR MAIS DO QUE GANHA, nossa Murillo, eu ganho tão pouco, como eu posso fazer isso?

Em algumas situações a única forma é fazer renda extra, mas falaremos sobre isso em outro texto.

Como vemos por aí, tem podre que gasta seu dinheiro com tênis que vale um salário mínimo, ou celular que vale cinco salários. O objetivo deve ser claro, existe uma linha tênue entre parecer rico e ser rico.

Manter um estilo de vida elevado sem ter uma reserva de emergência ou investimentos, não é algo que se sustenta por muito tempo. Muitas pessoas perderam o senso de realidade, querem ter uma vida de rico com salário de pobre.

Um dos maiores problemas que não permitem que as pessoas enriqueçam é achar que são ricas e querem manter padrões de vida que naquele momento não é o padrão de vida ideal.

Se você é pobre! Seja um pobre consciente, viva de acordo com as possibilidades do seu salário e rendimentos. Faça compras e viva de acordo com sua renda e não de acordo com a renda do seu vizinho rico.

Tenha consciência, que se você for pobre e quer mudar de vida não tente viver além dos seus rendimentos.

RIQUEZA está mais associado a COMPORTAMENTO, do que ao próprio dinheiro.

Entenda, que você não é pobre, você está pobre e isso significa que pode mudar sua realidade. Condição financeira não é identidade, é estado, e estados mudam quando atitudes (COMPORTAMENTOS) mudam. Comece pelo básico, NÃO GASTE MAIS DO QUE VOCÊ GANHA. Esse é o primeiro passo para retomar o controle da sua vida financeira e construir o caminho que vai te tirar do lugar onde você está para o lugar onde você deseja chegar.



Por que algumas pessoas alcançam a riqueza enquanto outras não?

Autor: Murillo M. Mourão Escrevo sobre este tema pois durante muito tempo tentei compreender o porquê de algumas pessoas alcançam a riqueza ...